Beatriz
Ferreira Milhazes - pintora, gravadora,
ilustradora e professora -, nasceu no Rio de Janeiro em 1960.
Forma-se em comunicação social pela Faculdade
Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, em 1981. Inicia-se em artes plásticas
ao ingressar na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage),
em 1980, onde mais tarde leciona e coordena atividades culturais. Além
da pintura, dedica-se também à gravura e à ilustração.
De 1995 a 1996,
cursa gravura em metal e linóleo no Atelier 78, com Solange Oliveira e Valério Rodrigues e, em 1997, ilustra o livro As Mil e Uma Noites à Luz do Dia: Sherazade Conta Histórias Árabes,
de Katia Canton. Beatriz Milhazes participa das exposições que
caracterizam a Geração 80 - grupo de artistas que buscam retomar a
pintura em contraposição à vertente conceitual dos anos de 1970, e tem
por característica a pesquisa de novas técnicas e materiais.
Sua obra
faz referências ao barroco, à obra de Tarsila do Amaral (1886-1973) e Burle Marx (1909-1994), à padrões ornamentais e à art déco.
Entre 1997 e 1998, é artista visitante em algumas universidades dos
Estados Unidos. A partir dos anos 1990, destaca-se em mostras
internacionais nos Estados Unidos e Europa e integra acervos de museus
como o Museum of Modern Art (MoMa), Solomon R. Guggenheim Museum e The
Metropolitan Musem of Art (Met), em Nova York.
Comentário Crítico
Beatriz
Milhazes, entre 1981 e 1982, estuda pintura na Escola de Artes Visuais
do Parque Lage - EAV/Parque Lage, na qual, mais tarde, leciona.
Participa, em 1984, da exposição Como Vai Você, Geração 80?
Na opinião do crítico Frederico Morais, a artista revela, desde o
início da carreira, a vontade de enfrentar a pintura como fato
decorativo, aproximando-se da obra de artistas como Henri Matisse
(1869-1954). Interessa-se pela profusão da ornamentação barroca,
sobretudo pelo ritmo dos arabescos e pelos motivos ornamentais presentes
na obra de Guignard (1896-1962).
Suas obras da década de 1980 revelam uma tensão entre
figura e fundo, entre representação e ornamentalismo. Posteriormente,
faz opção por uma pintura de caráter decididamente bidimensional.
Beatriz Milhazes revela sensibilidade no uso da cor, como nas obras O Príncipe Real (1996) ou As Quatro Estações (1997). Na tela Mares do Sul (2001) estabelece um jogo com o gênero da paisagem.
Em trabalhos mais recentes, utiliza constantemente formas como estrelas
e espirais e as cores tornam-se mais luminosas, como em Nazaré das Farinhas (2002).
A artista trabalha freqüentemente com formas circulares,
sugerindo deslocamentos ora concêntricos ora expansivos. Na maioria dos
trabalhos, prepara imagens sobre plástico transparente, que são
descoladas, como películas, e aplicadas na tela por decalque. Aglomera
as imagens, preenchendo o fundo e retocando a imagem final. Os motivos e
as cores são transportados para a tela por meio de colagens sucessivas,
realizadas com precisão. A transferência das imagens da superfície lisa
para a tela faz com que a gestualidade seja quase anulada. A matéria
pictórica obtida por numerosas sobreposições não apresenta, entretanto,
nenhuma espessura: os motivos de ornamentação e arabescos são colocados
em primeiro plano. O olhar do espectador é levado a percorrer todas as
imagens, acompanhando a exuberância gráfica e cromática presente em seus
quadros.
Fonte:
http://www.itaucultural.org.br
Agora que conheceram um pouco da história dessa artista brasileira, considerada a artista viva mais cara do Brasil, vejam algumas imagens de suas pinturas incríveis!